quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sobre o artigo Barack Obama

Caro Leonardo, primeiramente, felicitações pelos artigos escritos, sempre com propriedade e bem articulados.

Permita-me colocar alguns pontos para sua reflexão, particularmente sobre o artigo escrito sobre Barack Obama.

Havia, de fato, em termos de proposta, grande similitude em Barack e Mackein. Não poderia ser diferente, pois do contrário Barack, nem se quer ultrapassaria as prévias onde concorreu com Hillary Clinton. Segundo, pois o futuro presidente é americano e carrega com sigo a cultura americana. Que não é a melhor opção para o planeta, indiscutivelmente.

Mas, em uma atmosfera política e pública, onde na maioria das vezes, trabalhamos com a opção do menos pior, creio que, caímos na opção do “dos males o menor”, Obama foi para os Estados Unidos e para o mundo, “dos males o menor”.

Vale ressaltar que diferentemente do que você escreveu, Mackein não era uma gerrilheiro, era um militar, existe diferença clara entre essas duas designações, em termos históricos. Já que os guerrilheiros, normalmente são os mais fragilizados e despossuídos militarmente. Desta forma, guerrilheiros foram Nelson Mandela, os vietcongs, a ALN (Aliança Libertadora Nacional), na ditadura de 64 no Brasil. Mackein ficou preso 6 ano pela guerrilha vietcong, ele muito mais que Obama é símbolo do belicismo, símbolo de tudo que os Estados Unidos representaram para o mundo até agora. E certamente, vão continuar representando.

Bush, e sua trupe, criaram uma guerra, de proporções inimagináveis, para combater aquilo que os Estado Unidos materializaram durante o século XX. Prisões como Guantánamo, Abu-Graib e tantas outras espalhadas pelo mundo, refletem um pouco da política americana até agora. A simples proposição de discutir a tortura, perpetrada sobre seres humanos, julgados fora de um sistema jurídico instituído.

O movimento de pesar a legitimidade desses lugares, em um mundo dito pós-moderno, é um passo importante, para a humanidade. Do contrário todos os avanços sociais-jurídicos, até aqui alcançados devem ser jogados em uma lata de lixo e deletados da história da humanidade. Certamente, isso estaria fora da plataforma de Mackein, e Obama já sinalizou para uma motivação em discutir tais questões. Isso, em um mundo ditatorial, pode significar “Yes We Can!”

Bem, como muitos ainda não acreditam que o homem pisou em solo lunar, é possível que esse mesmo sistema “democrático” que criou Bush, Arnold Shwarzenegger, como um dos símbolos americanos para o mundo, crie também Barack Husseim Obama.

De fato não creamos em milagres, bem como, revoluções na plataforma americana, na plataforma das potências hegêmonicas, na gestão Obama. Mas também, os sinais e prognósticos, me dão a impressão que o mundo mudou. E dato mudou para muito melhor, não apenas por termos um sindicalista, formalmente analfabeto no poder da maior potência sul-americana, um índio cocaleiro em um país historicamente dominando por elites militares e agora um presidente Negro.

Além de tudo isso, como conversava com a Júlia, não podemos desconsiderar a questão simbólica do significado de um negro, estar a frete de uma potência, uma das maiores potências do mundo. Em um planeta ainda eivado de pressuposto racista, é uma mensagem, de que outras lógicas de poder podem se estabelecer.

Olhar para trás e ver que em 1964, jovens negros e brancos eram assassinados por militarem nos direitos civis, no intento garantir o direito ao voto dos negros. Então avançamos, simbolicamente e em termos de praxis, avançamos em determinada direção, que aponta para o que Boaventura de Souza Santos coloca, precisamos considerar outras formas de conhecimento e de poder, que não as historicamente afirmadas, a eleição de de Barack também significa esse avanço.


Tautê Oliveira

Um comentário:

  1. - Avanços são sempre avanços e mais uma vez o problema pode estar na forma como venhamos a lidar com isso e o que como o que ficou para traz possa ou não se rearticular, de fato mundo está mudando e aparentemente uma visão mais humanística vai se instalando, porém o mundo ainda é dos que tem dinheiro e poder e mesmo que não apareçam na foto, acredite eles estão lá sempre a espera por mais, muito mais...

    grato pela oportunidade!

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