domingo, 11 de outubro de 2009

Da fusão entre biologia e cibernética - Ciborgs


Singularidade Tecnológica – Parte I

Queridos Amigos.

Hoje quero lhes convidar para uma reflexão algo diferente e incomum, além de bastante incomoda, por certo. Dias atrás eu estava revisando como andam as pesquisas e discussões em torno da Robótica e da Inteligência Artificial. Daí, naturalmente, vai-se a olhar também as novidades no campo da BCI (Brain Computer Interfaces – Interfaces Cérebro Computador) bem como outras conexões com a neurociência e a Filosofia da Mente. Até aqui, nada de anormal. As discussões e avanços seguem como era de se esperar.

Entretanto, algo suficientemente novo que me chamou á atenção e parece haver crescido de modo gigantesco de uns tempos para cá foi a assim chamada Singularidade Tecnológica. Essa tese da área informática tem seus primeiros momentos por meados de 67. Até onde se sabe, nunca havia ganhado real força, apesar de algumas boas investidas deste ou daquele pesquisador. Agora, no entanto, o número de ‘adeptos’ da mesma parece ter sido elevado á décima potência. E mais do que isto, tem-se agora, inclusive, pelo menos três grandes entidades que cuidam de desenvolver e difundir a tal hipótese.

Muito bem. Mas, o que isso significa e o que mais exatamente representa essa tal Singularidade¿ Comecemos pela segunda questão, pois. Segundo seu principal defensor e teórico de hoje, o Sr. Raymond Kurzweil (conforme se diz, cientista, inventor e também futurólogo em tecnologia) este termo firmou-se para definir o que se convencionou a chamar de Rendimento Acelerado (ou, Desenvolvimento Exponencial dos Computadores).

Isto é, segundo a tese, pressupõe-se que a capaciade computacional das máquinas tem-se ampliado numa escala de 10 a cada ano; por conseguinte, em mais 10 anos e teremos máquinas tão inteligentes e autonomas quanto a nós próprios seres humanos. Seguindo no futuro, em 10 anos mais (ou seja, por meados de 2030) a interconexão e o desenvolvimento de todas as áreas via Inteligência Artificial será tão assombrosa, que, então, não só nós teremos lado á lado humanos e máquinas pensantes, bem como, não mais saberemos distinguir-nos uns dos outros.

Este então será o tempo de um novo marco-zaro para a humanidade; como que um disivor de águas profundas (como se defende) evento na terra somente comparado com o surgimento da vida biológica a milhões de anos atrás. Daí o surgimento do termo, por empréstimo da física – Singularidade (que neste caso se refere ao Big-Bang). Em suma, este tempo, previsto para o ano de 2045, será o segundo maior evento de nossa história como humanidade! A completa fusão entre o homem e a máquina, entre o organismo biológico e sistemas cibernéticos.

Que vocês acham da idéia¿ Não se trata de algo verdadeiramente preocupante e assutador¿ E olhem que não estamos falando de ficção científica. Isso é a mais pura realidade em curso. Em acréscimo, para maior espanto de todos nós, dos colossos que me referi atrás, que também já apoiam a corrida pelo grande evento, estão nada mais nada menos do que uma Google da vida, IBM, Sun Microsystens, Sony, Microsoft, Yahoo, Amazon, etc.

Agora, de tudo, creio que o mais horripilante mesmo seja a metáfora adotada para o acontecimento – The Real Matrix. É isso mesmo! Nosso maior objetivo científico da atualidade é criar todas as condiçoes para o surgimento efetivo de uma Matrix Real, cujos principais benefícios, segundo se diz, serão os seguintes. Além de podermos ser quem nós bem entendermos, num vívido e indistinguível mundo virtual e estarmos 100% protegidos contra todos os tipos de enfermidades, essa nova era nos possibilitará, entre outras coisas, aprender o que bem quisermos num simples piscar de olhos (via downloads diretamente em nossos cérebros) ou, se preferirmos, poderemos com igual velocidade nos desconectar do mundo real – desligando nosso sistema nervoso (via upload de nossas mentes para qualquer lugar do infinito espaço virtual).

Não obstante isso tudo, há algo que muito me intriga nesse fantástico cenário do novo mundo. Segundo se defende, os robos e servidores de então serão tão absurdamente superiores a nossa inteligência, que, além de se auto-replicarem em versões sempre aprimoradas, eles próprios é que serão encarregados de conduzir toda a nossa extensa e interminável teia de pesquisas científico-tecnológicas; donde, em consequência, nós não precisaremos gastar um segundo sequer de nosso tempo com questões ‘diminutas’ do conhecimento. Tudo o que de novo se descobrir dia-a-dia nos será automaticamente incorporado.

Maravilha! Todavia, surge-nos aqui a pergunta mais óbvia: que estaremos a fazer nosotros á essa altura¿ Que função caberá á nós, míseros seres humanos ou seja lá o que formos neste tempo¿ Sinceramente, eu fiquei deveras consternado com o atual nível de prospecção desta ‘coisa’, com o entusiasmo e com a enorme quantidade de intelectuais e entidades que defendem e apoiam tal movimento. Um detalhe importante é que esse movimento tem nome. Os seguidores da causa se auto-entitulam de Transumanistas.

Vocês conseguem imaginar um futuro como tal ou semelhante¿ Eu até que consigo, mas, suponho que suas muitas e graves implicações não têm sido devidamente consideradas, o que nos levará a um novo texto (Parte II). Desse modo, fica aí para vocês a ponderação: até que ponto o incentivo e toda essa corrida tecnológica não põe em risco á nossa espécie¿ Se deve haver um limite, seria muito desejável que ele começasse a se fixar agora; pois que, do contrário, passada uma década e talvez já não mais nos seja possível retroceder.

Leonardo Janz – 10.2009

3 comentários:

  1. Obrigada pelo comentário!
    Sou uma aprendiz ,uma novata na poesia,poemas e pensamentos.
    Gosto de escrever com meu coração.
    Uma mensagem simples,profunda
    e verdadeira
    Seu blog também é muito interessante.
    Abraços
    Syl

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  2. Leo,

    Tópico interessante. =D

    A possibilidade que você apontou no sétimo parágrafo ("The Real Matrix"), salvo engano, é tema de um filme que está para estrear: "Substitutos"

    Só não concordo com o tom meio alarmado em face do progresso tecnológico... Não desenvolver determinadas tecnologias pode ser uma decisão moral válida, mas frear o progresso científico é, indiscutivelmente, um crime contra a humanidade.

    Abraços,

    Manoel Roberto
    ratio-et-otium.blogspot.com

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  3. Pois é, assustador caro amigo...já nem sei o que a google faz com tanta informação sobre tudo que trocamos...mas o fato é que água potável nesse futuro...já será uma vaga lembrança do que já foi a terra um dia...portanto com meu espírito indigena não fico tão animado com tanta tecnologia...mas q é fato é fato...grde abrç !!

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