sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pequena crítica ‘evolutivo-informacional’





As novas e muito abundantes mídias estão por aí e proliferando-se a cada dia mais em todas as partes do globo. Estes dias eu tive um sonho (que na verdade foi um pesadelo) o qual ainda irei detalhar noutra ocasião; porém, o mesmo me fez ‘gancho’ para esta reflexão a qual eu não pude resistir de “estender” á vocês.

Vejam só se isso não é ao mesmo tempo engraçado e contraditório. Pelas novas mídias cada um de nós se diz orgulhosamente mais “livre”; estamos mais ‘empodeirados’ no exercimento de nossos direitos e de nossas opiniões.. No entanto, o que não se vê e não se fala, é que “isto” tem-se se dado de modo exatamente ao inverso.

Ou seja; em vez de sermos, vermos e expressarmos a #nós mesmos, o que mais temos feito é precisamente o oposto: discutimos, nos espelhamos em e replicamos “coisas” de terceiros num volume crescente, sobrando cada vez menos tempo para conosco mesmos. Logo, como não dizer dessa “nova revolução” um contra-senso?

Dizem que as novas mídias não são hierárquicas, ‘verticais’, pois que todo mundo pode ter um ‘face’, um blog ou um twitter onde expressa a #sua opinião. Entretanto, mesmo que ter isso ou aquilo seja realmente possível, não significa que o que ali se apresenta verdadeiramente corresponde a auto-reflexões – conclusões pessoais. Via de regra, a maioria esmagadora desses canais não faz outra coisa que não estender memes e conteúdos linkados.

A verdade, pois, nua e crua (que ordinariamente não se coloca) é que estas “novas mídias” nos teem limitado e escravizado no pensamento alheio a cada passo mais vigorosamente [no que vale a pergunta, então: donde emanam todas estas “coisas” que engolimos, em geral, sem a devida auto-reflexão?]. É com base nisso que irão se reconfigurar as novas democracias, de representativas para democracias diretas? Sinceramente, eu não vejo como isso seja possível.

Finalizando.. Além de mais alienados e tele-guiados, por esses novos expedientes, temos igualmente nos tornado mais ignorantes e superficiais (como nunca) além de igualmente nos isolarmos em paredes maquínicas de modo sem precedentes. O que podemos esperar, pois, no médio-prazo, que não um cenário muito parecido mesmo com o “1984”?

A julgar pelo momento atual, em 15 ou 20 anos, talvez, é bem provável que estejamos todos de cabeça mergulhada nalguma tela de nano-cristais líquida, sendo então meros repassadores de correntes informativas, as quais, por sua vez, nos utilizarão como #meios de transmissão e agigantamentos do verdadeiro “admirável mundo novo”. Para proveito de quem nos faremos em pontes de elétrons, essa é que é a questão.

L.Janz, , 25.05.12.

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