sábado, 4 de fevereiro de 2012

Budismo - Entre Religião e Filosofia.




O que é o Budismo?
(Eqto tradição não-teísta)
Fonte: http://www.honganji.org.br/


O Budismo é um sistema Filosófico-Religioso de auto-realização, que tem sua origem no norte da Índia, no século VI a.C., baseado na experiência de iluminação e ensinamentos de Sidarta Gautama, também conhecido como Shakyamuni, o Buda. A palavra Buda, ao contrário do que muitos pensam, não é um nome e sim um título que significa Desperto, Acordado, Iluminado.

O Budismo, apesar de ser considerado uma das grandes religiões do mundo, não deve ser considerado como religião no sentido estrito da palavra, uma vez que não possui uma figura de “Deus”, “dogmas” e outras características próprias das religiões em geral. Esta palavra “religião”, segundo a tese comumente aceita pelos cristãos desde o tempo de Santo Agostinho, viria do latim , do verbo 'religare' e teria o sentido de religar o homem ao seu criador, do qual ele teria se afastado devido ao pecado original (na tradição judaico-cristã).

No caso do Budismo, não havendo a figura de um “Deus Criador”, um “mito da criação” e, por conseguinte um “pecado original” e todas as suas conseqüências, a palavra religião, neste sentido, não seria apropriada.

Mas, se buscarmos mais a fundo a origem da palavra “religião”, poderemos encontrar outros sentidos mais abrangentes. Segundo a Dr.ª Marie-Louise von Franz :

“Há uma discussão etimológica sobre se a palavra deriva de religare ou de relegere. Naturalmente, ambas têm a mesma raiz: legere, “escolher”, “eleger”, “juntar”, “apanhar” etc. Originalmente, referia-se a apanhar ou colher madeira, mas legere, “ler”, tem outra conexão: a pessoa “escolhe” ou “reúne” as letras, uma a uma; é assim que as pessoas começam a ler e que as crianças ainda hoje aprendem a ler.

Etimologistas modernos pensam que, provavelmente, religio deriva da palavra relegere, o que significaria “consideração cuidadosa (…).” (VON FRANZ, Marie-Louise, Alquimia – Introdução ao Simbolismo e à Psicologia, São Paulo, Cultrix, 1996.) Por outro lado, o termo “filosofia”, mesmo que tomado de empréstimo da cultura grega, não se aplicaria devidamente, pois reduziria o Budismo a um método puramente racional.

No oriente, o Budismo é designado pelo nome “A Doutrina de Buda”, ou simplesmente “O Caminho de Buda”. Já no ocidente, podemos adotar a definição de “religião”, levando em conta que, além do desenvolvimento de uma lógica própria, uma dialética também própria e até mesmo um tipo característico de diálogo do Buda com seus discípulos (uma 'psicologia' própria) muito semelhante aos diálogos de Sócrates com seus discípulos na Grécia antiga (a maiêutica) o Budismo possui também um conceito de “Sagrado” e de “Transcendental”, estando, assim, organizado em congregações com regras disciplinares, ritualística e liturgias próprias; no que seus “monges” vivem geralmente em “mosteiros”.

Adendo do blogger: Vale ressaltar que, a despeito de uma espiritualidade própria, e portanto, um amplo conjunto particular de normas ritualísticas e preceitos morais (de base para a iluminação ou auto-realização) a comunidade budista internacional não se forma exclusivamente por monges ordenados (de vida monástica). Há também a liberdade do ser leigo (de vida ordinária em sociedades) onde, de fato, o maior percentual do número de seguidores se contam nesta 'modalidade'.


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