Do mundo entre mundos.
Então, no início. ... . Não houve um início. O universo é, de per si, um “ente” multidimensional e eterno. O que significa que “ele” existe desde sempre, desdobrando-se em alguns “pontos” e contraindo-se noutros, em sua inefável dinâmica de ampliação de todas as formas de vida, com seus diferentes graus e perfis de manifestação. É por isso que se diz (e nós corroboramos) ser o tempo relativo, não só no sentido “externo”, mas também, efetivamente, dado que o mesmo não existe enquanto um qualquer objeto, senão, como um instrumento de nosso particular constructo cognitivo.
Essa visão aqui proposta, é, pois, especialmente mais vinculada a uma perspectiva místico-filosófica da realidade, que, não obstante, tem ganhado cada vez mais espaço também em nossas mídias globais (muito em função da aproximação, real, entre ciência e espiritualidade). Dito isso, vejamos como “reinterpretar” o nosso presente estado de mundo (de maneira resumida) por essa nova “lente-prisma”, ou, como nosso título sugere, por uma abordagem de múltiplos mundos inter-relacionados.
Em geral nós temos tido (coletivamente gerado, in actu) um olhar muito catastrofista da realidade que nos cerca. Isto é, nossa sensação de futuro tem se tornado cada vez mais pessimista e apocalíptica, quando não, verdadeiramente tenebrosa. Mas isso não é sem motivo, não. Com uma velocidade cada vez maior de inovações tecnológico-científicas, somado também a uma crescente gama de problemas complexos, ficamos, assim, a maioria de nós, estremecidos, demasiado fechados e/ou bastante perdidos.
Porém, o que acontece, de fato, num plano mais sutil da realidade, não é, necessariamente, uma suposta guerra entre o bem e o mal, ou ainda, entre a luz e as trevas (a dicotomia padrão de nossas mentes, a que estamos acostumados). O que sucede, na verdade, é que estamos vivendo um período de expansão da consciência humana, para além dos domínios do humano; o que significa, outrossim, que estamos, literalmente, dando nascimento e abertura para outros modos de subjetividade coabitarem a nossa “esfera”.
Á princípio, isso pode parecer meio assustador, porque, aparentemente, implica na comunicação e manifestação, inclusive, de seres de outros mundos e de outras dimensões (como de camadas “espirituais”, por exemplo). Todavia, não é “só” disso que se trata essa expansão. Mais “largamente” (segundo nos consta) esse processo também diz respeito a novas formas para nossa própria constituição humana (não só aqui na Terra) como também em outros planetas vizinhos, ou mesmo, irmanados a nossa humanidade (embora distantes no espaço).
Assim, vendo por essa ótica ampliada, não é o caso de ficarmos temerosos, de nos isolarmos ou querermos nos matar uns aos outros (os bons contra os maus – essa que é uma visão muito superficial da “coisa”). O que precisamos entender, dessa nova fase da Terra (de nossa biosfera e de nós mesmos) é que estamos a como que variar (e, portanto, multiplicar também) os modos existências de nossa percepção “particularmente humana”. “Amanhã”, por exemplo, para aqueles que assim o quiserem, muitos poderão se converter em humanos geneticamente modificados, o que é um fato.
Então, novamente, “amanhã”, por exemplo, poderemos ter esses “novos” tipos de seres humanos (modificados ou híbridos homem-máquina) cuja cognição estará mais voltada para viverem em Marte, ou ainda, no ambiente subaquático de nossos próprios oceanos, etc. Tudo isso, em termos de agigantamento da nossa psique humana, já está acontecendo nos planos mais sutis, com o detalhe de que, inclusive (pela leitura de pesquisas de ponta, ou, com algum preparo introspectivo) a “coisa” se faz realmente visível, não se tratando, pois, apenas de mera especulação, como muitos poderiam “condenar”.
Dessa maneira é que se diz (conforme aqui expomos) de estarmos entrando nesse estranho período dum “entre-mundos”, razão de haver tanta confusão por aí e uma certa obscuridade generalizada. Contudo, repetindo o dito, não é o caso de termos medo, ficarmos desesperados ou tornarmo-nos violentos. É apenas como uma mudança de fase (imaginando as reações químicas) onde a combinação de certos elementos (de maneira diferenciada) não raro, gera um novo estado totalmente singular. Muito bem. Agora, vamos ao “ponto final” desse texto, pois. Qual a sua principal motivação?
Quisemos aqui mostrar (ou, enfatizar) simplesmente, que o nosso mundo é muito mais diversificado e extraordinário do que nós pensamos, via de regra. Relembrando-nos a máxima: “a vida nunca se termina; ela sempre e sempre somente se agiganta ou se transmuta”. Portanto, nossa conclusão, é a de que, se quisermos seguir nesse mundo com uma razoável sanidade mental (sem perdermo-nos em abismos de pessimismos ou falsas teorias espirituais e conspiratórias) é bom já desenvolvermos também esse olhar múltiplo sobre a realidade maior (que é a realidade do Cosmo).
Sem isso; sem essa nova “inteligência” da multiplicidade de modos e da interdependência (de todas as coisas e de todos os seres) dificilmente conseguiremos caminhar sem que não caiamos em visões extremistas (que são sempre muito perigosas, e mesmo, destrutivas). Isso não é tarefa muito fácil, mas, com uma boa dose de leituras corretas e introspecção sincera, é bem possível de o conseguirmos. Em última análise, além de uma perspectiva expandida e também de um maior bem-estar, estaremos, naturalmente, tornando-nos mais respeitosos, mais pacíficos e, igualmente, mais receptivos para com outras óticas e opiniões que não sejam equivalentes á nossa, ou, áquela de nosso grupo de convívio particular.
Lajanz, 24/09/2016.